Nós que freqüentamos uma casa de asé, em algum momento da nossa caminhada, estaremos de resguardo, que é uma pedra no caminho de muita gente. O fato de ter algo proibido de ser feito na sua vida, por você, mesmo que por uma parcela pequena de tempo é incômodo, mas é algo necessário.
O resguardo, ou o que muitos chamam de preceito, é necessário por uma questão de respeito, de manter o corpo “limpo” de interferências que não sejam dos Orisás. O resguardo nos faz senhores de nós mesmos, aprendemos a dominar a nossa vontade, sacrificamos essa vontade visando um bem maior, não somente nosso, o da nossa comunidade, nossa família de santo.
Ele também mostra aos nossos Orisás a força da nossa vontade, que conseguimos usar a razão acima da emoção, da busca pelo prazer, que conseguimos sacrificar um pequeno momento de prazer por um bem maior que vislumbramos para nossa vida. É uma contribuição em troca da força que nos concedem, e acima de tudo é respeito, respeito ao trabalho feito em prol do nosso bem, é respeito pelo Orisá que está sendo agradado naquela obrigação, é respeito pelo asé que colocaram em nossos oris.
Orisá quer ser obedecido, integralmente, não aceita migalhas, não aceita sobras, não se barganha com eles. Quebrou o resguardo, o trabalho foi vão, não se conserta elos de confiança do dia pra noite. A quebra do resguardo não agride ou interfere na vida de nenhum participante de uma obrigação a não ser o próprio obrigacionado, portanto, saiba que a quebra de um resguardo pode unica e exclusivamente prejudicar a sua própria vida.
Em resumo, precisamos lembrar sempre que resguardo é sinônimo de força, e traz asé a todos nós.