sábado, 25 de novembro de 2017

As diferenças de Sángò e Àyrá.


Muitas casas tem o hábito de tratar Ayrá como se ele fosse um caminho de Sángò, mas isso é um equívoco.

Sángò é natural da província de Tapá, é filho de Oranian, neto de Oduduwá, usurpador do Trono de seu irmão Ajaká.

Àyrá é natural das terras de Abomé e Savé, filho de Yalujá e serviu como general na cidade de Oyó.

Sango tem poderes sobre os Raios e o Fogo. É marido de Oyá, foi casado também com Oba e Òsún. 

Àyrá tem poderes sobre os ventos, sobre o fogo e também pode se manifestar em água, foi casado com Òsún.

Àyrá era leal a Dadá Ajaká, o verdadeiro Alafin de Oyó. Quando Sángò toma a força o trono, Ayrá se põe contra ele, peleja e consegue destronar Sángò devolvendo o trono a Dadá.

Ayrá se veste de Branco e cores claras. 
Sango se veste de cores fortes, tons de vermelho e Marrom.
Ayrá usa um machado de apenas uma lâmina e a chave que ganhou de Osalá.
Sango usa um machado com a lâmina dupla e o seu Sere (xére).

Ayrá é louvado na festa "Fogueira de Ayrá", e Sángò é louvado na festa "Amalá de Sángò".

O assentamento de Àyrá fica no quarto de Osalá e Sango fica em quarto separado.

Àyrá é o protetor de Osalá, já Sángò erroneamente prendeu Osalá por sete anos nas masmorras de Oyó. Então somente Ayrá pode carregar Osalá, Sángò não é bem vindo.

Ayrá tem cantigas específicas, um culto específico.
Saudação de Àyrá: AYRÁ LÊ!

Saudação de Sángò: KAWO KABIECILE!


Jamais devem ser confundidos.


Asé!


domingo, 12 de novembro de 2017

Òrísá Regente 2018.

Olá Família Omífáláyò passando rapidinho para falar sobre os Òrísás regentes em 2018 em nosso Ilè Asé.

2018 = 11

11 = Áyrá

01.01.2018 = 13

13 = Nànà

Dia da semana = Segunda

Segunda = Èsú + Òbálùaíyè

Para nós, o ano será regido por Áyrá, Áyrá é o Òrísá da benevolência, em 2018 teremos grandes oportunidades de emprego, apesar do caminho "difícil", será um ano de crescimento, tempo de justiça, Áyrá é a verdadeira justiça.

Influência de Èsú:

Lado Positivo: Neste caminho, Èsú só faz confirmar portas abertas, será ano de decisões, firmamento.

Lado Negativo: Neste caminho temos que ter cuidado com, problemas na justiça, mudanças no trabalho ou decisões na vida.

Influência de Nànà e Òbálùaíyè:

Lado Positivo: Neste caminho teremos grandes oportunidades, com mudanças de hábitos teremos saúde.

Lado Negativo: Neste caminho devemos ter cuidado com as enfermidades, não existentes, e já existentes em nossos caminhos, todo cuidado é pouco, aconteceram possíveis perdas, por isso será de extrema importância um cuidado ainda maior com a saúde, com a fé.

Òrísá regente 2018:

Áyrá

Òrísás influentes:

Èsú
Nànà
Òbálùaíyè

Saudação a Áyrá:

Áyrá lè, Áyrá pónòn Òpúkòdè – significado: Assim Áyrá ficará muito feliz.

Um Orixá de bondade e compaixão, assim é Áyrá, o responsável pelos ventos e aquele que espalha a paz de Oxalá.

Por. Bábálórìsá Rafael Cirne L'Òmín T'Òsún.

Ilè Asé Iyá Omífáláyò

domingo, 5 de novembro de 2017

Abiyan-Ketu/Nagô: Seus Deveres e Responsabilidades.

O Abiyan é toda pessoa que depois de fazer uma consulta através dos búzios com o Babalorixá ou Iyalorixá, tenha tomado no mínimo um Obí e tenha um fio de contas lavado de Oxalá..

Os procedimentos e comportamentos básicos do Abiyan:

Estar vestido de branco principalmente se a casa for de Oxalá, ressaltando que:

Homens – calça e camisa branca;
Mulheres – Saia/camisu branco, calsolão, singuê;

Ao chegar ir direto beber um copo d’água para esfriar o corpo da rua, sem fazer paradas e evitar qualquer conversa; Tomar seu banho de ervas e colocar sua roupa de morin; Bater a cabeça no Axé, na porta dos quartos de Santo; para o Babá/Iyá, “trocar” à benção com TODOS os seus irmãos, sendo por ordem hierárquica (dos mais velhos aos mais novos), de acordo com a ordem iniciada; Perguntar ao Babá/Iyá, sobre a função que deverá fazer na Casa; muitas vezes por ordem do Babá/Iyá, as funções podem ser determinadas pelas Ajoiês (Ekédis) da Casa. O Abiyan deverá fazer suas refeições sentado na ení (esteira), e assim que terminarem, deverão levantar as mesmas e guardá-las. Não devem colocar os pés calçados nas enís; O Abiyan somente poderá dormir em ení, caso se faça necessário terá a autorização do Babá/Iyá para dormir nos quartos dos Orisás; O Abiyan ao acordar não deve falar com ninguém, deve antes beber um pouco de água: isso é para apagar os vestígios ou traços negativos provocados pelo mau hálito; O Abiyan não deve ocultar do Babá/Iyá qualquer tipo de dúvida, problema e mal entendido; O Abiyan não deve fumar na frente de seu Babá/Iyá; O Abiyan nunca fica de pé em frente ao Babá/Iyá e sim agachado, com a cabeça baixa; O Abiyan nunca interrompe o Babá/Iyá quando estiver conversando com alguém. Quando tiver visita no barracão (egbomis, ekedes, ogans, zeladores), seja em dia de festa ou em dia corriqueiro, é correto que os filhos se abaixem próximo a ele para dirigir a palavra. Diz então: “AGÔ” (licença), espera ele dizer “AGÔ YA” e de cabeça baixa falar com ele em tom de voz baixa; O Abiyan não deve passar pelo o Babá/Iyá com a cabeça erguida, e sim um pouco curvado para frente; O Abiyan sempre que for servir o Babá/Iyá, deve-se levar o pedido numa bandeja ou prato e abaixar-se para servir; O Abiyan só deverá entrar nas rodas de Xirê se forem chamados pelo Baba/Iyalorixá; O Abiyan tem suas funções na casa relacionadas à limpeza e manutenção, salvo se for um Abiyan antigo e de confiança poderá exercer outras funções; O Abiyan não tem Orixá definido ainda, por isso é denominado um Abiyan (aquele que está começando em um novo caminho) mesmo que venha de outra casa; O Abiyan deverá sempre pedir “Agô” para entrar e sair de cada ambiente do terreiro e esperar a resposta, “Agô ya” de um mais velho; O Abiyan só poderá ir embora com autorização do Baba/Iyalorixá; O Abiyan não questiona rituais litúrgicos de sua casa, respeita a hierarquia e se coloca sempre no seu lugar; O Abiyan deve aproveitar o máximo este período de aprendizado, humildade e retidão, pois é neste momento que irão refletir quanto a futura iniciação, as responsabilidades do que é ser um Adôxu, um Iyawó. A vivência no axé, a disciplina, observar o comportamento dos mais velhos, ser verdadeiro com seus sentimentos para com o Orixá, estar despojado de vaidades, e entender que o mais importante não é “fazer o santo e sim saber o porquê de se iniciar para o santo”. Não há pressa para iniciação, Orixá entende e nos concede essa oportunidade de aperfeiçoamento e adaptação, salvo as raras exceções.
Ser um bom Abiyan é estar se preparando para no futuro ser um bom Iyawó e assim como ser for um bom Iyawó é estar se preparando para ser um bom Ègbón.

sábado, 4 de novembro de 2017

Dicionário Yorubá.

- A -
Adó = comida feita com pipocas em grão e epô.
Abá = pessoa idosa, velho.
Abadá = para sempre
Abadó = milho de galinha.
Abará = nome de uma comida de origem africana.
Abébé = leque.
Abiodum = um dos Obá da direita de Sango.
Àbaja = marca facial do povo de Òyó
Ade = coroa.
Adetá = nome sacerdotal.
Adun = comida de Osun, milho pilado, azeite dendê e mel.
Afonjá = uma qualidade de Sango.
Agboulá = nome de um Egun.
Agôgô = instrumento musical conico feito de ferro.
Ayabá = orisá feminino, senhora idosa.
Aiyê = o mundo terrestre.
Airá = um òrìsá.
Ajá = campainha, sino.
Ajimudá = título sacerdotal.
Akoro = uma das invocações e dos nomes de Ogun.
Aku = obrigação funerária.
akikó = galo.
Alá = espécie de pano branco.
Alabá = nome de um sacerdote do culto aos ancestrais.
Alabe = tocadores de atabaque.
Alafiá = felicidade; tudo de bom.
Alafin = o mesmo que o rei de Óyó – Nigéria.
Alapini = nome sacerdotal do culto aos ancestrais.
Alase = pessoa que tem autoridade.
Alé = noite.
Apaoká = jaqueira.
Aramefá = conselho de Osòóssi, composto de seis pessoas.
Aré = nome do primeiro Obá de Sango.
Ararekolê = como vai?
Aresá = um dos Obá da esquerda de Sango.
Ariasé = banho na fonte no início das obrigações.
Arô = nome que se dá ao par de chifres de boi usado p/ chamar Osòóssi.
Arôlu = nome de um dos Obá da direita de Sango.
Asobá = sumo sacerdote do culto de Obaluwaiyê.
Ati = e (conjunção).
Atori = vara pequena usada no culto de Osalá e usada para tocar atabaque.
Awá = nós.
Awon = eles.
Asedá = babalawo iniciado por Òrúmìlá.
Aso = roupa.
Asogun = o encarregado dos sacrifícios.
A-ian-madê = como vão os meninos?
Adupé-lewô-Olorun = graças a Deus por ter conservado minha vida e a minha saúde até hoje.
Alabasé = companheiro, colega de trabalho.
Alaiyè = possuidor da vida.
Asé = força vital e que assim seja.
Aiyê = Terra.
Ago = licença.
Am-nó = o misericordioso.
Aba-lasé-di = cerimônia de iniciação.
Asesê = cerimônia fúnebre.
Amadosi d’Orisá = cerimônia do dia do òrìsá dar o nome.
Amasi no ori = cerimônia de lavar a cabeça com ervas sagradas.
Aiê = terra, festa do ano novo.
Ataré = pimenta da costa.
Ata = pimenta
Amalá = comida feita de quiabo com ebá – angú de farinha.
Abará = bolo feito com feijão e frito no epô.
Akará = bolo feito com feijão fradinho, pimenta, camarão seco e frito no epô.
Akarajé = o mesmo que o Akará.
Afurá = bolo feito com arroz.
Ambrozó = feito de farinha de milho.
Agbon = côco.
Ajé = poder feiticeiro.
Ajeun = comida.
Agusó = espécie de legumes.

- B -
Bàbá = pai.
Babalawo = sacerdote, pai do ministério, aquele que faz consultas através do jogo.
Badá = título sacerdotal.
Baiani = orisá considerada mãe de Xangô.
Balé = chefe de comunidade.
Balué = Banheiro.
Bamgbosê = sacerdote do culto de Sango.
Bé = pular, pedir.
Bi = nascer, perguntar.
Bibá = está aceito.
Bibé = está seco.
Biwá = nasceu para nós.
Biyi = nasceu aqui, agora.
Bó = adorar
Bo = cobrir.
Bode = portão.
Borogun = aquele que adora Ogun, saudação da família.

- D -
Dagan = título sacerdotal.
Dago = dê licença.
Dê = chegar.
Deiyi = chegou agora.
Dodo = banana da terra frita.
Duro = esperar.

- E -
Ebá = pirão de farinha de mandioca ou inhame.
Ègbé = sociedade.
Ebo = comida feita de milho branco, especial para Oxalá.
Ebó = sacrifício ou oferenda.
Ebori = cerimonia de dar ebó a cabeça (Ori)
Edun = nome próprio.
Edun ara = pedra do igbá de Sàngo.
Egun = espírito ancestral.
Eiye = pombo.
Ejé = sangue.
Ejilaeborá = nome que se dá às doze qualidades de Sàngo.
Ejionilé = nome de um Odu, Ogbe ou Ejiogbe.
Ekó = comida feita com milho branco; akasa.
Eku = rato.
Elebó = aquele que faz o sacrifício.
Eledá = o seu duplo no Orun.
Elemasó = título de um sacerdote no culto de Osalá.
Elerin = um dos Obá da esquerda de Sàngo.
Elesé = que está aos pés, seguidor.
Êpa = amendoim.
Éran = carne.
Êre = as esculturas de madeiras
Eru = carrego.
Erúkéré = chicote feito com crina de cavalo, usado por Oòósi, Oyá, Egun e pessoas importantes do culto.
Etu = galinha D’angola.
Ewá = nome de um orixá.
Esu = nome de um importante orisá erroneamente associado ao diabo católico.

- F -
Fatumbi = título de um sacerdote de ifá.
Filá = gorro.
Fun = dar.
Funké = a que veio para cuidar.

- G -
Gan = outro nome do agogô na Nação ioruba.

- I -
Yangui = pera de laterita, simboliza Esù.
Ianlé = as partes da comida que são oferecidas ao orixá.
Iansan = orixá patrono dos ventos, do rio Niger e dos relâmpagos.
Igbá = recipiente onde se colca os objetos do òrìsá.
Ibi = aqui, quando o Odu está negativo.
ibiri = objeto de mão, usado pela orixá Nanã, feito em palha, couro e contas.
Ibó = lugar de adoração.
Igbô = floresta.
Iemonjá = orisá dos rios e das águas salgadas.
Ijesá = nome de uma região da Nigéria e de um toque para orisá Osum, Osála e Ogum.
Iká = modo de deitar-se das pessoas de orixá feminino, para saudação, nome de um Odu.
Iku = morte.
Ilè = casa.
Ilé = terra.
Ina = fogo.
Ipeté = inhame cozido, pisado, temperado com camarão seco, sal, azeite de dendê e cebola.
Ire = felicidade.
Iuindejà = título sacerdotal.
Iuintonã = título sacerdotal.
Isu = inhame.
Iyá = mãe.
Iyabasé = cargo de inicada de Osun, òrìsá da cozinha.
Iyalaxé = mulher mais importante da casa.
Iyalodé = um alto título, líder entre as mulheres.
Iyalorisá = Zeladora do culto.
Iyamasê = orisá da casa de Sango.
Iyamoro = título de uma sacerdotisa do templo de Obaluaiyê.
Iyawo = nome dado aos iniciados, noiva.

- J -
Ji = despertar
Jinsi = título sacerdotal.
Jô = dançar.
Jobi = título sacerdotal.
 
- K -
Kaiodé = nome de uma sacerdotisa de Osòóssi.
Kan = um (número cardinal).
Kankanfô = um dos obá da direita de Sango. general
Kefá = sexto número ordinal.
Kejilá = décimo segundo (numero ordinal).
Kekerê = pequeno.
Ketà = terceiro (nº. ordinal).
Kolabá = nome de uma sacerdotisa do culto de Sango.
Kopanijê = um toque especial do orixá Obaluaiyê.
Koserê = que seja feliz, e que tudo de bom aconteça.
Labá = bolsa de couro usada no culto de Sango.

- L -
Lara = no corpo.
Lê = forte.
Lesé = aos pés (lesé orisá – seguidores do orisá).
Ló = ir.
Lode = lado de fora; lá fora.
Lodo = no rio.
Logun = corrupitela de Logunèdé.
Logunedé = nome de um òrìsá.
Lonon = no caminho.

- M -
Mariwo = tala do olho do dendezeiro desfiada.
Mode = cheguei.
Mogbá = título de um sacerdote do culto de Sango.
Mo jubá = meus respeitos.

 - N -
Nanã = nome da orisá
Nilè = na casa.

- O -
Obá = rei.
Obaluwaiyê = nome do orisá patrono das doenças epidêmicas.
Obarayi = nome de uma sacerdotisa filha de Sango.
Obatalá = òrìsá do pano branco, O supremo.
Obatelá = nome de um dos obá da direita de Sango.
Obasorun = nome de um dos obá da esquerda de Sango.
Obi = fruto africano utilizado nos rítuais.
Obitikô = Sango.
Oburo = irmão (ã) mais novo.
Ode = fora, rua.
Odé = caçador; nome que também é dado ao orixá Osòóssi.
Odi = nome de um odu, jogo de ifá.
Odo = rio.
Odófin = nome de um dos obá da direita de Sango.
Odu = òrìsá que indicam seu momento ou destino
Oduduwá = orisá que participou da criação da terra.
Ofun = nome de um odu.
Ogã ou Ogan = cargo de alta importancia no culto.
Ogoda = uma qualidade de Sangô.
Ogue = instrumento de percussão feito de chifres de boi.
Ogun = orixá patrono do ferro, do desbravamento e da guerra.
Oyn = mel.
Oyakebe = nome de uma sacerdotisa de Iansan.
Ojá = ornamento feito com tira de pano.
Ojé = sacerdote do culto de Egun ou Egungun.
Ojó = dia da semana.
Oju = olho.
Ojubó = lugar de adoração.
Oke = montanha.
Oke-Aro = saudação para Osòóssi.
Okó = marido.
Oko = roça, fazenda. òrìsá da agricultura.
Olelé = bolo feito com feijão fradinho; abará.
Olodê = o senhor da rua, do espaço, de fora.
Olorum = entidade suprema, força maior, que está acima de todos os orisás.
Olouwo = cargo dentro do culto de Ifá.
Olùwá = senhor.
Oluwayê = senhor do mundo
Olubajé = cerimônia onde Obaluwaiye reparte sua comida com seus filhos e seguidores.
Olukotun = o nome do ancestral mais velho, cabeça do culto de Egun.
Omi = água.
Omo = filho.
Omode = criança
Omolu = vodun djedje ou Nação efon.
Omorisá = filho de orisá.
Onon = caminho.
Onãsokun = um dos obá da esquerda de Sango.
Onìkòyi = um dos obá da esquerda de Sango.
Onilé = órìsá da terra.
Onilè = dona da casa.
Opasorô = cajado de Osalá.
Opo = pilastra.
Ori = cabeça.
Oro = preceito, costume tradicional.
Orobô = fruto africana que se oferece à Sango e outros òrìsás.
Orukó = nome do iniciado.
Osoniyn = orisá que vive dentro das folhas (ewe).
Osé = semana; rito semanal.
Osi = esquerda, ou a terceira pessoa de um cargo.
Osá = nome de um odu ifá
Oti = aguardente.
Otun = direita, ou segunda pessoa de um cargo.
Ówó = dinheiro.
Osogiyan = uma qualidade de Osalá relacionado com o inhame novo.
Osalá = o mais respeitado, o pai de todos orisás.
Osalufã = uma qualidade de Oxalá; Oxalá velho.
Ose = sabão da costa africana.
Osòóssi = orisá igbo, patrono da floresta e da caça.
Ososo = milho cozido com pedaços de coco; comida do orixá Ogun.
Osum = òrìsá das águas do rio.
Osumare = nome do orisá relacionado a chuva, babalawo do Orun.

- P -
Pá = matar.
Pade = encontrar.
Pe = chamar.
Peji = altar.
Pepeiye = pato.
Pepelê = banco.
Peté = plano, chato, horizontal.

- S -
Si = para.
Sòrò = falar.
Sun = dormir.

- T -
Tanã = vela, lâmpada, fifo.
Temi = nome sacerdotal.
To = suficiente, basta.

- U -
Uwá = vir.
Unbó = está vindo, está chegando.
Unjé = comida.
Uwo = olhar, reparar.

- X -
Xaorô = pequenos guizos
Xarará = emblema do orixá Obaluaiyê.
Xê = fazer.
Xekeré = cabaça revestida com contas de Santa Maria ou búzios.
Xerê = chocalho especial para saudar Xangô, em cabaça com cabo ou em cobre.
Xirê = festa, brincadeira.
Xokotô = calças.
Xorô = fazer ritual.

Seguem agora algumas palavras e expressões, derivadas do yoruba e de outras influências linguísticas, igualmente de origem africana, mas provenientes de outras nações e que já sofreram entretanto alteração e adaptação fonética por força do português. No entanto, estas palavras e expressões são utilizadas correntemente no dia a dia das casas de santo. Isto para explicar porque algumas letras que não se encontram acima, se encontram abaixo, pois letras como o C não fazem parte da língua Yoruba.

A
Abadá – Blusão usado pelos homens africanos.
Abadô – Milho torrado
Abebé – Leque.
Abassa – Salão onde se realizam as cerimônias públicas do camdomblé, barracão.
Adé – Coroa.
Adie – Galinha.
Adupé = Dupé – Obrigado.
Afonja – É uma qualidade de Xangô.
Agbô – Carneiro.
Aguntam – Ovelha.
Ajeum – Comida.
Alabá – Título do sacerdote supremo no culto aos eguns.
Aledá – Porco.
Alaruê – Briga.
Alubaça – Cebola.
Axó – Roupa.
Axogum – Auxiliar do terreiro, geralmente importante na hierarquia da casa, encarregado de sacrificar os animais que fazem parte das oferendas aos orixás.

B
Baba – Pai.
Babaojê – Sacerdote do culto dos eguns; Ojé é o nome de todos iniciados no culto aos eguns.
Babassá – Irmão gêmeo.
Balê – Casa dos mortos.
Balé – Chefe de comunidade.
Beji – Orixá dos gêmeos.
Biyi – Nasceu aqui, agora.
Bô – Adorar.

C
Conguém – Galinha da Angola.
Cambaú – Cama.
Cafofo – Túmulo.
Caô – É um tipo de Xangô.
Catular – Cortar o cabelo com tesoura, preparando para o ritual de raspagem para iniciação no Candomblé.
Cutilagem – É o corte que se faz na cabeça do iniciado; é realizado para abrir o canal energético principal que o ser humano tem no corpo, exatamente no topo da cabeça,(no Ori), por onde vibra o axé dos Orixás para o interior de uma pessoa.

D
Dã – Orixá das correntes oriundas do Daomé.
Dara – Bom, agradável.
Dide – Levantar.
Dagô – Dê licança.
Dê – Chegar.
Dudu – Preto.

E
Edu – Carvão.
Eiyele – Pombo.
Elebó – Aquele que está de obrigação.
Eledá – Orixá guia.
Erú – Carrego; carga.
Equê – Mentira.
Esan – Vingança.
Emi – Vida
Enu – Boca
Eran – Carne
Ejó – Cobra.
Egun – Alma, espírito.
Epô – Azeite
Epô-pupa – Azeite de dendê
Eró – Segredo

F
Fá – Raspar
Fadaka – Prata
Filá – Gorro
Funfun – Branco
Fenukó – Beijar
Ferese – janela
Fo – Lavar
Fún – Dar
Farí – Raspar cabeça.

G
Ga – Alta, grande
Ge – Cortar
Gari – Farinha
Gururu – Pipoca

I
Ia – Mãe
Ia ia – Avó
Ialorixá – Mãe de santo (sacerdote de orixá)
Iban – Queixo
Idí – Ânus, nádega
Ibô – Mato
Ibó – Lugar de adoração
Ilê – Casa
Ibá – Colar, cheio de objetos ritualístico
Inã – Fogo
Ijexá – Nome de uma região da Nigéria e de um toque para os Orixás Oxum, Ogum e Oxala.
Ipadê – Reunião
Ida – Espada
Ida-oba – Espada do Rei
Ideruba – Fantasma
Idodo – Umbigo
Ifun – Intestino
Idunnu – Felicidade
Igi – Árvore
Ijo – Dança
Iku – Morte
Iyabasé – Cozinheira
Iyalaxé – Mãe do axé do terreiro

J
Jajá – Esteira
Jalè – Roubar
Ji – Acordar, roubar
Jeun – Comer
Jimi – Acorda-me
Joko – Sentar
Jade – Sair
Jagunjagun – Guerreiro, Soldado

K
Kà – Ler, contar
Kan – Azedo
Kekerê – Pequeno
Koró – Fel, amargo
Kòtò – Buraco
Kuru – Longe
Ko Dara – Ruim
Ku – Morrer
Kosi – Nada

L
Là – Abrir
Lê – Forte
Lile – Feroz, violento
Liló – Partir
Larin – Moderado
Ló – Ir
Lailai – Para sempre
Lowo – Rico
Lu – Furar
Lodê – Lado de fora, lá fora
Lodo – No rio
Lona – No caminho

M
Malu – Boi
Meje – Sete
Mun – Beber
Muló – Levar embora
Mojubá – Apresentando meu humilde respeito
Mo – Eu
Mí – Viver
Mejeji – Duas vezes
Mandinga – Feitiço
Maleme – Pedido de perdão
Mi-amiami – Farofa oferecida para exu
Modê – Cheguei

N
Ná – Gastar
Ní – Ter
Níbi – No lugar
Nítorí – Por que
Nu – Sumir
Najé – Prato feito com argila
Nipa – Sobre
Nipon – Grosso.

O
Obé – Faca
Obé fari – Navalha
Oberó – Alguidar
Obirim – Mulher, feminino
Ojiji – Sombra
Oju ona – Olho da rua, ( caminho )
Okó – Pênis
Omi – Água
Omi Dudu – Café preto
Otí – Álcool
Owo – Dinheiro
Oyin – Mel
Obá – Rei
Odé – Caçador
Orun – Céu
Ofá – Arco e flecha
Olorum – Deus
Ota e Okuta – Pedra
Odo – Rio
Obo – Vagina
Otin nibé – Cerveja
Otin Dudu – Vinho tinto
Otin fum-fum – Aguardente
Odê – Fora, rua
Olodê – Senhor da rua
Omo – filho, criança.
Ongé – Comida

P
Pá – Matar
Pada – Voltar
Padê – Encontrar
Paeja – Pescar
Peji – Altar
Pelebi – Pato
Pupa – Vermelho
Paki – Sala
Patapá – Burro
Pepelê – Banco

R
Rà – Comprar
Rere – Muito bem
Re – Ir
Rìn – Trabalhar
Rí – Ver
Ronu – Pensar
Roboto – Redondo

S
Sanro – Gordo
Sare – Rápido, correr
Sínun – Dentro
Sise – Trabalho
Sun – Dormir
Sarapebé – Mensageiro
Sòrò – Falar
Si Ori – Abrir a Cabeça

T
Tata – Gafanhoto
Tèmi – Meu, minha
Toto – Atenção
Titun – Novo
Tóbi – Grande, maior
Tàbá – Tabaco, fumo
Tete – Aplicado
Tanã – Vela, lâmpada
Tún – Retorno
Taya – Esposa
Tutu – Frio, gelado

W
Wa – Nosso
Wèrè – Louco
Wúrà – Ouro
Wu – Desenterrar
Wun ni – Gostar
Wakati – Hora
Wara – Leite

X
Xaorô – Tornozeleira de palha da costa usada durante o recolhimento para o processo de iniciação.
Xarará – Instrumento simbólico do Orixá Obaluaiyê
Xê – Fazer
Xirê – Festa, brincadeira

Y
Yàgó – Licença
Yan – Torrar
Yaro – Ficar aleijado
Yiyan – Assado
Yonrin – Areia
Yama – Oeste
Yara-ypejo – Sala

Sàngó.

Talvez estejamos diante do Orixá mais cultuado e respeitado no Brasil. Isso porque foi ele o primeiro deus iorubano, por assim dizer, que pisou em terras brasileiras. É, portanto, o principal tronco dos candomblés do Brasil. Sàngó é o rei das pedreiras, Senhor dos coriscos e do trovão, Pai de justiça e o Orixá da política. Guerreiro, bravo e conquistador, Sàngó também é conhecido como o Orixá mais vaidoso, entre os deuses masculinos africanos. É monarca por natureza e chamado pelo termo Oba, que significa rei. E é o Orixá que reina em Oyó, na Nigéria, antiga capital política daquele país. No dia a dia encontramos Sàngó nos fóruns, delegacias, ministérios políticos. Encontramos Sàngó nas lideranças de sindicatos, associações, movimentos políticos, nos partidos políticos, nas campanhas políticas, enfim, em tudo que gera habilidade no trato das relações humanas ou nos governos, de um modo geral. Sàngó é a ideologia, a decisão, a vontade, a iniciativa. Sàngó é a rigidez, a organização, o trabalho, a discussão pela melhora, o progresso cultural e social, a voz do povo, o levante, a vontade de vencer. Sàngó é a capacidade de organizar e pôr em prática os projetos de diferentes áreas, é a reunião de pessoas, para discutirem pontos e estratégias de trabalho. Sàngó também é o sentido de realeza, a atitude imperial, monárquica. É o espírito nobre das pessoas, o chamado “sangue azul”, o poder de liderança. Ele está presente nos trabalhos de jornalistas, escritores, advogados, juízes, promotores, delegados, investigadores, deputados, senadores, vereadores, sindicalistas, líderes comunitários, administradores, etc. É o líder, o monarca, o reformador. Sàngó também é representado pela pedreira. É a pedra – seja ela qual for – a rocha, o fogo interior da terra. É a lava do vulcão e é o próprio vulcão. Está presente em todos os lugares rochosos e arenosos e também muito ligado ao calor do sol. É o justiceiro da Natureza, aquele que manda castigar e que também castiga. Sàngó está presente em muitos momentos importantes de nossas vidas, como, por exemplo: na assinatura de contratos e distratos, nos telegramas, nas leis e decretos, na confecção de códigos, livros, almanaques, dicionários, nas decisões judiciais, na voz da prisão, na autoridade do professor, do policial, do juiz, do pai ou da mãe, tio, avô, irmão mais velho ou responsável. Sàngó é a atitude digna, a fortaleza, a decisão final. Saudamos Sàngó no ribombar dos trovões, pois ali está sua voz. Sentimos sua presença nos raios e nos grandes  incêndios, situações que, por sinal, são também regidas por Iansã.

Sàngó rege a bravura, o senso justo e todo elemento rochoso do mundo.

Mitologia

Filho de Bayani e marido de Iansã, Obá e Oxum, Sàngó nasceu para reinar, para ser monarca e, como Ogum, para conquistar e solidificar, cada vez mais, sua condição de rei. Uma das lendas que mostra bem o senso de justiça de Sàngó , é aquela conta a história de uma conquista, feita pelo deus do trovão.Sàngó , acompanhado de numeroso exército, viu-se frente à frente com o exército inimigo. Seus opositores tinham ordens de não fazer prisioneiros, destruir o inimigo, desde o mais simples guerreiro até os ministros e o próprio Sàngó . E, ao longo da guerra, foi exatamente o que aconteceu. Aqueles que caíam prisioneiros dos exércitos inimigos de Sàngó eram executados sumariamente, sem dó ou piedade, sendo os corpos mutilados devolvidos para que Sàngó visse o suposto poder de seu inimigo. Batalhas foram travadas nas matas, nas encostas dos morros, nos descampados. Sàngó perdeu muitos homens, sofreu grandes baixas, pois seus inimigos eram impiedosos e bárbaros. Do alto da pedreira, Sàngó meditava, elaborava planos para derrotar seu inimigo, quando viu corpos de seus fiéis guerreiros serem jogados ao pé da montanha, mutilados, com os olhos arrancados e alguns com a cabeça decepada. Isto provocou a ira de Sàngó que, num movimento rápido e forte chocou seu machado contra pedra, provocando faíscas tão fortes que pareciam coriscos. E quanto mais forte batia mais os coriscos ganhavam força e atingiam seu inimigo. Tantas foram as vezes que Sàngó bateu seu machado na rocha, tantos foram os inimigos vencidos. Sàngó triunfara, saíra vencedor. A força de seu machado de emudeceu e acovardou inimigo. Com os inimigos aprisionados, os ministros de Sàngó clamaram por justiça, pedindo a destruição total dos opositores. Um deles lembrou Sàngó : - Vamos liquidá-los a todos. Eles foram impiedosos com nossos guerreiros! - Não! – enfatizou Sàngó – meu ódio não pode ultrapassar os limites da justiça! Os guerreiros cumpriam ordens, foram fiéis aos seus superiores e não merecem ser destruídos. Mas, os líderes sim, estes sofrerão a ira de Sàngó . E, levantando seu machado em direção ao céu, Sàngó gerou uma seqüência de raios, destruindo os chefes inimigos e liberando os guerreiros, que logo passaram a servi-lo com lealdade e fidelidade. Assim, Sàngó mostrou que a justiça está acima de tudo e que, sem ela, nenhuma conquista vale a pena, e o respeito pelo rei é mais importantes que o medo. Esse é Sàngó que, apesar de ser grande guerreiro, justo e conquistador, detesta a doença, a morte e aquilo que já morreu. Sàngó é avesso a eguns (espíritos desencarnados). Admite-se que ele é numa espécie de ímã de eguns, daí sua aversão a eles. Sàngó costuma entregar a cabeça de seus filhos a Obaluaê e Omulu sete meses antes da morte destes, tal grau de aversão que tem por doenças e coisas mortas. O elemento fundamental de Sàngó é o fogo.

Dados

Dia: quarta-feira;
Data: 29 de junho;
Metal: cobre, ouro e chumbo;
Cor: Vermelho e branco ou branco e marrom;
Partes do corpo: plexo solar, coração e as coronárias;
Comida: amalá (quiabo cortado) com rabada;
Arquétipo: sensuais e até agressivos, voluntariosos, qualidade de chefia e ansiosos pela posição de comando.
Símbolos: oses (machados), edun ará (pedra de raio), seré.

sexta-feira, 3 de novembro de 2017

Odé (Òsòssí).


Oxossi é o Orixá da caça, chamando muitas de Ode Wawá, ou seja, “caçador dos Céus”. É a divindade da fartura, da abundância, da prosperidade. Em seu lado negativo, porém, pode ser também o pai da mingua, da falta de provisão. Suas principais características são a ligeireza, a astúcia, a sabedoria, o jeito ardiloso para faturar sua caça. É um Orixá de contemplação, amante das artes e das coisas belas. Como todos os outros Orixás, Oxossi também está no dia a dia dos seres vivos, convivendo intimamente com todos nos. Dentro do culto, ele é o caçador do Axé, aquele que busca as coisas boas para uma Casa de Santo, aquele que caça as boas influências e as energias positivas. No dia a dia, encontramos o deus da caça no almoço, no jantar, enfim, em todas as refeições, pois é ele que provê o alimento. Rege a lavoura, a agricultura, permitindo bom plantio e boa colheita para todos Oxossi, no Brasil, tem essa regência, no lugar de Orixá Okô. Senhor da agricultura, todavia Orixá Okô não é cultuado em terra brasileiras, pois seu fundamento não atravessou o oceano. Oxossi é a semente, é o vegetal em ponto de colheita. É a fartura, a riqueza, é a carne que o homem consome. Oxossi também esta ligado às artes. Todo tipo de arte. Ele está presente no ato da pintura de um quarto, na confecção de uma escultura, na composição de uma música, nos passos de uma dança. Seus encantamento está na arte de um modo geral. Se encanta nas misturas de cores, na escrita de um poema, de um romance, de uma crônica. Oxossi está presente desde o canto dos pássaros, da cigarra, ao canto do homem. É pura arte! Oxossi também rege o revoar dos pássaros e seu encantamento mais bonito está na evoluções das pequenas aves. Oxossi é a vontade de cantar, de escrever, de pintar, de esculpir, de dançar, de plantar, de colher, de caçar, de viver com dinamismo e otimismo. Curiosamente, Oxossi também é a  comodidade, a vontade de vislumbrar, de contemplar. Oxossi é um pouco preguiça, a vontade nada fazer, senão pensa e, quem sabe criar.

A vida com essa força da Natureza, entretanto, não é só suavidade. Em seu lado negativo, Oxossi  pode proporcionar a falta de alimentos; o plantio escasso; o apodrecimento de frutas;legumes e verduras; e até mesmo a arte mal acabada, inacabada ou de mau gosto.

Mitologia

Filho de Iemanjá e irmão de Ogun e Exu, Oxossi sempre foi muito querido pela família, pelo seu temperamento calmo, compreensivo, amigo e respeitador. Entretanto, era franzino, parado. Seu irmão mais velho , Ogun, preocupado com a inércia de Oxossi, resolveu ensinar-lhe a arte da caça e os caminhos e trilhas da floresta. E asssim foi. Ogun ensinou Oxossi o que havia de melhor na arte de uma caçada e os segredos da mata. Levou-o até o alquimista Ossãe, que morava no interior da floresta, para que ele aprendesse a magia e conhecesse os animais  de caça e aqueles que não se pode caçar. O nome de Oxossi era Ibô, o caçador. Um dia, Oxalá precisou de penas de um papagaio da Costa, para realizar o encantamento de Oxum, ms, praticamente, não se achava o animal. Oxalá então designou Ogun para encontrar as penas. Em vão o valoroso guerreiro e também caçador foi incapaz de achar o que Oxalá lhe pedira. Mas sugeriu: - Oxalá, estou tão envolvido nas conquistas que já não caço como antes. Porém, sugiro o nome de Ibô, meu irmão, que certamente é o melhor de todos os caçadores, e conseguirá as penas do papagaio da Costa como pretende. E Ibô foi chamado. Perante ao deus da brancura, Oxalá, Ibô se prostou e ouviu, atentamente, as ordens: -Ibô! Disse-lhe Oxalá, vá e consiga as penas do papagaio da Costa. Você tem exatamente sete dias para voltar... E Ibô partiu para a flores, e durante dias procurou por sua caça. Quando lhe restava apenas um dia para esgotar o prazo dado por Oxalá, Ibô avistou os papagaios. Com um flecha apenas – mirando com cuidado – atingiu, não apenas um, mas dois papagaios de uma só vez. Orgulhoso e como o sentimento da tarefa cumprida, Ibô partiu para o reino de Oxalá. Mas seu retorno não foi tão fácil. No meio do caminho, Ibô deparou-se com um grupo de feras, que o atacou de surpresa, deixando-o muito ferido. Só não morreu porque suas habilidades de grande caçador o salvaram. Bastante ferido, Ibô já não andava, arrastava-se. Na boca da floresta, Ibô avistou os portões de Ifé, reino de Oxalá, e via que eles. Lentamente, se fechavam à medida em que o dia acabava e a noite chegava. Num esforço enorme, Ibô reuniu todas as forças e chegou até os portões. Esticou o braço, segurando firmemente as penas de papagaio da Costa e somente estas conseguiram transpassar os limites de Ifê. Os portões se fecharam. Ibô, caído do lado de fora de cidade, continuava segurando as penas de papagaio, presas no portão da grande morada de Oxalá. Ele cumprira o prazo. Momentos mais tardes, ajudando pelo irmão Ogun, Ibô foi levado até a presença de Oxalá. Acreditando não ter conseguido, Ibô desculpou-se com o rei: - Perdoe-me, Senhor! Não consegui chegar à sua presença com sua encomenda”] - Ao contrário, jovem caçador! – retrucou Oxalá – Seus esforço e seu coragem são admiráveis. As penas do papagaio da Costa chegaram a Ifé no prazo recomendado, e eu lhe parabenizo por isso. E como é tão bom caçador e de um bravura tão grande, passará a charmar-se Oxossi, o Senhor da Caça. Assim sendo, Oxalá ergueu sua mão e dela um facho de luz atingiu Ibô, curando-o de todos os ferimentos e dando a ele trajes azuis turqueza, cor do encantamento do novo Orixá, Oxossi.

O elemento de Oxossi é a terra, e a liberdade de expressão seu ponto mais marcante. Por isso, nosso sentimento de liberdade e alegria estão profundamente ligados a Ode.... O senhor da arte de viver!

Dados

Dia: quinta feira;
Data: Corpus Christi (BA), 23 de abril (SP), 20 de janeiro (RJ);
Metal: madeira (África) e bronze (Brasil);
Cor: Azul Celeste claro;
Partes do corpo: antebraço, braço, cabelo do corpo e pulmão;
Comida: Ewa (feijão fradinho torrado), dentro de um oberó, Axoxó (milho vermelho com fatias de coco) e frutas variadas;
Arquétipos: altruísta, abnegados, sinceros, simpáticos, tensos, austeros e que possuem sendo de coletividade;
Símbolos: O ofá (arco e flecha), ogê (um tipo de chifre de boi que é usado para emitir um som chamado Olugboohun, cuja tradução é: “Senhor escuta minha voz” e o Iru Kere (cetro com rabo de cavalo, boi ou búfalo, que ele usa para manejar os espíritos da floresta).

Jogo de Búzios

A agenda de Junho está aberta ! 🔮 Agende seu horário pelo WhatsApp: (71) 99145-3636 📍 Atendimentos com respeito, seriedade ...