sexta-feira, 29 de setembro de 2017

HOMEM DE FÉ.


Existe uma distância enorme que separa a postura do homem religioso e da postura do homem racional.

O religioso é aquele que busca a compreensão de tudo o que diz respeito aos dogmas, procedimentos ritualísticos, liturgias e filosofia de sua religião, o que o diferencia também do fanático, que aceita qualquer coisa sem compreender e sem contestar.

O homem racional não busca a compreensão e sim o resultado. Para ele a religião, seja qual for, é uma butique de milagres onde os resultados pretendidos devem ser obtidos e, invariavelmente, em curto prazo.

O que não pode ser provado em laboratório, o que não lhe trouxer um resultado prático e positivo, e para o racional, considerado obsoleto e, como tal, jogado na cestinha das bobagens sem utilidade. O homem racional é, em essência, um cético e ateu.

Creio que esta introdução pode servir para responder, em parte, aos diversos questionamentos da maioria das pessoas de forma mais objetiva, já que tratamos com pessoas confessadamente pragmáticas, ou seja, que considera o valor prático como critério da verdade, eu diria que quando se tira um Odu regente, o que se pretende na verdade é buscar em Òrúnmílà, os aconselhamentos e orientações para que se possa proceder de forma a assegurar que tudo transcorra bem a partir da execução de determinados procedimentos, sejam eles religiosos ou posturais.

Somente as pessoas crentes no poder de Òrúnmílà podem aceitar as orientações daí decorrentes e segundo as mesmas, participar dos ritos, observar as interdições, seguir os aconselhamentos e oferecer os sacrifícios propiciatórios e defensivos determinados.

Não sendo assim, de nada adianta “sacar-se” um Odu para saber dessas orientações, e não segui-las, ou obedecê-las, e assim NÃO se beneficiar das orientações por ele trazidas. Temos o grave defeito (humano, congênito, cultural e Geográfico), de culparmos aos Òrìsà, pela não realização de nossos anseios.

Costumo dizer que Òrìsà lê a mente e o coração de todos nós, e o que a boca fala, às vezes, não é o que o coração e a mente executam. E daí provém a não execução de alguns desejos nossos ou a demora da realização dos mesmos ou o atendimento, mas não da forma que desejaríamos. Devemos ter a consciência de que estamos aqui na Terra para aprender, para evoluir, para recebermos as benesses deÒrìsà, mas não de graça. Temos um dever, mas sempre queremos apenas os direitos. E quase sempre relutamos em executar os deveres conforme as determinações de Òrúnmílà. Temos a pretensão de achar que sabemos mais que Òrúnmílà, e constantemente “botamos queda de braço” com Ele.

Na grande maioria das vezes fazemos o que queremos e também constantemente contra as determinações do Oráculo.

Achamos que os sacerdotes, por serem humanos como nós, nada sabem. Achamos que as impressões, por ele apresentadas, são de sua autoria.

O que normalmente não é. E aí...pagamos caro...e normalmente com dor, pela nossa descrença. E mesmo assim, relutamos em crer em nosso sacerdote, em suas determinações fornecidas por Èsú.
Culpamos aos Òrìsà, por tantas coisas, que chega a ser ridículo as colocações.
Mas tudo devido a nossa incompetência, a nossa negligência, a nossa falta de confiança e na falta de FÉ. Mas, como homem estudioso de minha Religião, um Sacerdote que busca constantemente uma melhor evolução religiosa, cultural e litúrgica, crente na sabedoria de Òrúnmílà, creio que as orientações que Ele me fornece para minha proteção e das pessoas pertencentes ao meu Egbe, através do Odu, funcionam, como tem funcionado até hoje de forma muitíssimo satisfatória, para aqueles que seguem essas determinações, e que têm em Òrúnmílà, e em Èsú, como seus orientadores e mentores espirituais. E reafirmo aos que lêem a este, que busquem dentro de si mesmos as respostas, baseadas nos ensinamentos de Ìfá. Busquem aprimorar-se como seres humanos, como pessoas que estão em busca não só de bem estar material, mas sim na busca de ÌWÀ (caráter). Que assumam seus compromissos assumidos diante de Ìfá, e de Èsú, e cumpram-nos, para obterem assim as tão desejadas benesses materiais.

Não adianta querer, e não fazer. Não adianta falar para o Mundo, e não sentir dentro de si mesmo, não adianta teimar, e não seguir as determinações ,não adianta receber e depois descumprir o assumido,
não adianta... Pois ninguém engana a Èsú!!!

quinta-feira, 21 de setembro de 2017

Significado da navalha.

O ato de "usar" a navalha numa feitura de iyawô tem significados muito sutis e importantes.
Chamado de sacrifício (sagrado ofício), simboliza a passagem de um estado inferior para um superior. É o símbolo mais usado para exprimir a ruptura de níveis e a penetração no "outro mundo", no mundo supra-sensível (seja o dos mortos ou o dos deuses). É penoso passar pela lâmina afiada da navalha, pela "ponte apertada e perigosa" que exprime a necessidade de transcender os contrários, de abolir hábitos que caracterizam a condição humana a fim de conseguir alcançar um modelo de vida mais próximo à retidão do esforço espiritual, colocando-se no eixo de uma outra polaridade.
Os cabelos possuem o dom de conservar "relações íntimas" com o Vodum/Orixá/Inkice, mesmo depois de separados do corpo. Simbolizam suas propriedades ao concentrar espiritualmente suas virtudes: permanecem unidos a quem foi oferecido.
Na maior parte das vezes, os cabelos representam certas virtudes ou certos "poderes": a força e a virilidade, por exemplo, no mito de Sansão.
Os cabelos oferecidos ao Vodum/Orixá/Inkice tornam-se imantados e influem "magicamente" sobre o destino de seu proprietário, o iniciado. O ato de doar o cabelo à divindade corresponde não só a um sacrifício mas também a uma rendição: a renúncia às virtudes, às prerrogativas, enfim à própria "personalidade" para uma estreita relação ao arquétipo dessa divindade.
Ficar sem fazer uso do pente durante o período de resguardo e obrigações, simboliza a submissão, a concentração e a ligação com as dividades. Ficar com os "cabelos desgrenhados" já era um costume dos antigos feiticeiros em seu ofício e de seus aspirantes. De modo geral trata-se de uma renúncia às limitações e às convenções do destino individual, da vida comum, da ordem social.
Os cabelos são considerados como a morada da alma. A queda do cabelo (feitura) é uma importante cerimonia que requer inúmeros preceitos preparatórios e representa que aquele neófito deixa de ser pagão recebendo então, nessa ocasião, seu verdadeiro nome (digina). Considera-se que o abian esteja vunerável às forças negativas, a partir do momento em que é despojado com a perda de seus cabelos, liberta-se dessas energias.
O elo estabelecido entre o cabelo e a força vital primária de um abian se renova no ato da feitura, tornando-o, ao mesmo tempo em que perde seus cabelos ligados a sua vida profana, uma nova pessoa com um nova força vital. O conceito de força vital traz consigo, forçosamente, os de alma e de destino.
Por tudo que representa o fio da navalha e o cabelo, podemos avaliar o quanto de preceitos uma navalha tem que passar para poder ser usada em uma feitura.
Ase a todos!!!!"

domingo, 17 de setembro de 2017

O CANDOMBLÉ É PARA TODOS, MAS NEM TODOS SÃO PARA O CANDOMBLÉ!

A muito me questiono e sou questionado sobre esse assunto, "todo mundo pode ou deve se iniciar no Candomblé?
E uma pergunta complexa mais de simples resposta, "não", muitos nem deviam ter sidos iniciados!
Quem já leu meu post que fala sobre Candomblé já sabe como e qual é a base dele; Candomblé é um culto aos Orixás e Ancestrais, não é uma religião, pois a concepção de religião e Se religar ao seu sagrado, nos do Candomblé somos descendentes desse sagrado por isso o cultuamos, os louvamos, mantemos vivo esse Sagrado em nos!
Todos os seres humanos são descendentes desse mesmo sagrado, afinal a humanidade teve seu inicio na região do continente Africano onde hoje é a Nigéria a mais de 6 milhões de anos é isso já está provado cientificamente, porem muitos pessoas perderam o vinculo genético com seus longínquos ancestrais, perdendo assim o vinculo com esse sagrado, como eu escrevi acima nós cultuamos nosso ancestral sagrado é não nos religamos a ele.
Partido desse principio a iniciação ao culto dos Orixás seja através do Candomblé, Santéria, Ifá, Isese Lagba, Batuque, Cambinda, etc...  só e permitido e necessário para os descendentes desses mesmos Orixás ligados pela família, se a pessoa não tem direta ou indiretamente uma ligação ancestral não é preciso e em "alguns casos nem é permitido a iniciação, podendo acarretar em desastre com a pessoa ou na família", A pessoa mesmo assim por amor pode louvar os Orixás? Sim pode, pode até realizar oferendas e vir a ter um cargo dentro de uma Casa de Candomblé. Quem são essas pessoas?
O Candomblé desde sua criação causou admiração e o fascínio das pessoas que tinham contato com suas festas e rituais, sentir de perto a energia pura e maravilhosa de um Orixá e indescritível, é por sentir esse fascínio muitas sinhas pediam para também fazer parte desse culto, queriam ser iniciadas, as Yialorixas e babalorixas vivendo esse dilema, afinal "como iniciar uma branca no Orixá"? Então após alguns anos de insistência dessas mulheres que com o tempo também teve a adição de homens brancos fez com que eles criassem cargos dentro do Candomblé para integrar essas pessoas brancas e seu dinheiro. Esses cargos são: Padrinho ou madrinha de Orunko, Pai ou mãe pequeno(a) de um Yawo, Ekedys e Ogãs. Esses dois últimos também era cedido para os negros que não tinham a incorporação de Orixá.
Muitas pessoas tem um alto grau mediúnico e acabam desenvolvendo essa espiritualidade através das incorporações de entidades consagradas dentro da Umbanda, Jurema, Ijexa, etc. e por isso alguns sacerdotes acreditam que elas devam ser iniciadas no Orixá mais isso é um engano, pois a iniciação no Orixá se deve a sua ligação ancestral e não a seu grau mediúnico. A iniciação ao Orixá deve ser na maioria dos casos por amor ou chamado, a exceções, a casos estremos em que a pessoa por sofrer muita influencia dos espíritos negativos estar perturbada e não aceitar essa iniciação mais devido sua ancestralidade ela deva se iniciar para se realinhar com esses ancestrais e seu caminho.
O Candomblé e um culto de escolhidos não de convertidos!!
Muitos Sacerdotes(tisas), que para encher rápido sua casa ou para poder se gabar que tem muitos filhos de santo, fazem iniciações indiscriminadamente, sem o menor critério de seleção, falam para um simples consulente que ele está sendo cobrado pelo o Orixá por isso está sofrendo e que se não se iniciar o Orixá ira mata-lo ou fazer ele perder tudo e outra barbaridades, deixo aqui BEM CLARO que Orixá e uma divindade, um DEUS, e como tão ele não cobra ninguém, não tira nada de ninguém e nem mata ninguém, o Orixá não precisa de nós, ou de "comer" ou seja lá o que falam, somos nós que precisamos deles, mais nem por isso somos obrigados a nos iniciarmos em nada se não quisermos. Se a pessoa está com problemas, perturbada espiritualmente, desequilibrada emocionalmente, mentalmente ou espiritualmente, se ela está doente e essa doença e de cunho espiritual o que resolve tudo isso e fazer um EBÒ (trabalho de limpeza), um Bori (ritual que consagramos a nossa cabeça) e oferendas para determinados Orixás apenas e assim ela se religara com seu caminho e ancestralidade, não é necessário a iniciação no Orixá a menos que essa pessoa possa e queira se iniciar.

A iniciação em pessoas que não queiram ou pior não possam ser iniciadas acarreta em desgostos, frustrações, problemas pessoais e financeiros, doenças, desencadeiam depressões e em alguns casos causam desastres dentro da família como a morte de alguém ou do próprio iniciado! Repito, o Orixa não mata nem cobra ninguém, o que acontece e que como aquela pessoa não tem descendência sagrada e por isso não e permitido a iniciação o Orixá não a reconhece por isso não é ele que vem nos dias dos rituais e na iniciação e sim os Ajoguns(espíritos de baixa vibração que se alimentam de nossa energia vital e atrapalhar o comprimento de nosso destino), o sacerdote(tisa) tem que consultar varias vezes Ifá antes de realizar a iniciação de alguém para não causar mais problemas que solução!

Espero aqui estar contribuindo para o bom e sagrado Candomblé!!

A sexualidade dos Orixás.


A sexualidade dos Orixás e de seus Eleguns é um Tabu pouco falado, mas muito distorcido pelos adeptos das religiões afro-brasileiras, todos associam a sua sexualidade e opção ao seu Orixá, como se não tivesse controle sobre suas ações e desejos.

Para entendermos melhor, primeiro falaremos sobre a sexualidade de cada Orixá; Todos os Itans (historias) são da época em que eles viveram no Ayé (terra) juntos com os humanos.

Exu, é o senhor da corrente sanguínea e da virilidade humana por isso seu porrete tem a formato de um Ogô (pênis), nada tem haver com sexo ou promiscuidade, Exu e o fiscal do comportamento humano junto ao sagrado, ele é o punidor o grande comunicador. Exu teve duas esposas a primeira foi Oya. Exu não era promiscuo, ou dado a fazer muito sexo, pelo contrario, ele é o Orixá mais atarefado de todos, com pouco tempo para os prazeres mundados.

Ogum, o Senhor da agricultura e da tecnologia, caçador que quando convocado partia sem pensar para a guerra. Ogum teve apenas uma esposa, que foi Oya, com quem em um excesso de cólera teve uma grande peleja e com sua espada a partiu em nove pedaços, Ogum era bruto, de pouca conversa e nada sociável, dedicou sua passagem no Ayé a guerrear e a ensinar os humanos a forjar suas ferramentas de trabalho e armas para a guerra.

Oxossi, o Odé (caçador) de uma flecha só, Oxossi teve apenas uma esposa, que foi Oxum Caré, com quem teve poucos filhos, um dia Oxossi em umas de suas solitárias incursões pelas matas conheceu Ossain, que ao vê-lo com fome e cede lhe ofereceu hospedagem, Oxossi apesar de gostar da solidão e do silencio como estava muito cansado aceitou, após beber o liquido preparado por Ossain ficou embriagado e enfeitiçado por Ossain acabou passando seis meses em sua companhia sendo interrompido por Ogum que o estava procurando a pedido de Oxum sua esposa, Ogum enfurecido com Ossain arrancou-lhe uma perna, mas não o matou já que esse era o grande curandeiro da região.

Ossain, o grande curandeiro, que vivia solitário no centro da mata, sendo chamado apenas pelos seus poderes de cura e pelo conhecimento com as folhas, sua vida sexual se resume ao que foi descrito no episodio com Oxossi.

Obaluayué, o sr. Da palha e das doenças, Obaluayé teve apenas uma esposa, que foi Yewa, mas antes dela, conheceu Oyá que com sua curiosidade e atrevimento soprou uma forte ventania que levantou as palhas dele revelando sua beleza e vigor fazendo com que Oyá e Yewa se apaixonassem na hora. 

Oxumare, o primeiro Babalawo, não há relatos de que Oxumare tenha casado, ele era o encantador de cobras e grande feiticeiro, se tornou muito conhecido também pela sua beleza e poder de sedução.

Nanã, a grande Agbá, (senhora), Nanã e a mais velha das Yagbas, esposa de Oxalufan, ranzinza e autoritária não confia nos homens, pois os considera promíscuos.

Yewa, a nevoa, Yewa e irmã de Oxumare e como relatado acima se apaixonou assim que viu Obaluayé sem a palha e tornou-se sua fiel e única esposa com quem teve muitos filhos, linda e jovial, Yewa despertou muitas paixões entre os Orixás, levando Obaluayé a uma peleja com Xangô, mas ela sempre fiel nunca o abandonou.

Oxum, a dona da fertilidade, Oxum linda, vaidosa e obcecada por ouro e pedras preciosas, encantava a todos por onde passava muitos a amaram e lhe presenteavam, mais o único que teve seu amor e fidelidade eterna foi Orunmila.

Logunedé, o sanguinário, pouco se relata sobre a sexualidade de Logunedé, teve três esposas, ele era um exímio caçador, que veio de terras distantes morar em uma aldeia próximo a Igbadan, jovial e lindo, encantava a todos e tirava provento disso, saqueando os aldeões, em uma disputa com Oxossi para saber qual dos dois era o melhor caçador Logunedé enfurecido com a iminente derrota, revelou seu lado canibal, e começou a matar e comer tudo a sua frente inclusive humanos, nem Oxossi conseguiu detê-lo, quando soube o que estava acontecendo Oxum correu para a aldeia parando á frente de Logunede, ao vê-la ele ficou imediatamente enfeitiçado com a sua beleza, Oxum o pegou e o levou para o fundo do rio,  desaparecendo com ele. Logunede não vive seis meses como homem e seis meses como mulher. Hoje ele é cultuado em Igbadan junto a Oxum porque eles acreditam que ele seja filho de Oxum Iponda com Obatala, e todos temem muito a sua fúria!

Obá, a amazona, Oba devido sua coragem, força e determinação sendo por vezes confundida com um homem, se tornou a principal amazona do exercito de Xangô, ela era muito próxima de Oya assim também sendo confundida com ela, Obá era enamorada por Oya e encantada pela beleza de Oxum, mas focava suas energias nas pelejas pelo reinado de Xangô.

Yemonja, a grande mãe, robusta e de fartos seios Yemonja foi à esposa predileta de Obatala com quem teve inúmeros filhos, mãe amorosa só teve tempo para cuidar e zelar pelos seus filhos deixando de lado a vaidade e o asseio e com o tempo Obalata foi embora a deixando com os filhos por quem ela matava ou morria.

Oya, a brisa e o vendaval, o primeiro marido de Oya foi Exu e quando ele a abandonou para cumprir suas obrigações como guardião dos portões do Orun Oya chorou por nove dias, de tanto chorar formou o rio que leva seu nome; Depois conheceu Ogum em uma batalha e logo se apaixonaram e casaram, mas como Ogum também ficava muito ausente por conta de suas pelejas Oya um dia se enfureceu e quando Ogum chegou tiveram uma terrível briga e na peleja Ogum a partiu em nove pedaços; sentada sub uma leve brisa triste e sozinha foi amparada por um homem grande, educado de voz galante e muito bem trajado, era Xangô que de longe a tinha avistado e se encantou com seu poderoso corpo e tão frágil feição , tomados pelo avassalador amor casaram , tiveram nove filhos e são inseparáveis, não se oferece Amala para Xangô sem os Acarajés de Oya sua eterna esposa.

Xangô, o Rei, como um rei conquistador, vitorioso e prospero era também muito galante com isso construiu um grande arem, quando conheceu Oya e se apaixonou logo casou com quem em pouco tempo após expulsar todas as outras se torna sua única e eterna esposa.

Oxoguian, o vencedor, não a relato de sua sexualidade já que era o mais feroz dos guerreiros e um grande comandante vencedor de todas as batalhas.

Obatala/ Oxalufon, o sopro divino, foi o responsável por povoar a terra, para isso era casado com Nanã, Yamoou e Yemonja, teve muitos filhos.

Todo elegun adquiri um pouco da característica por afinidade de seu Orixá, mas claro que sua personalidade prevalece.

O elegun de Exu, devido sua virilidade e energia atrai as pessoas sexualmente, gosta e faz muito sexo, mas não pode confundir isso com promiscuidade.

O elegun de Ogum, apesar de sua forte personalidade e tímido e não tem facilidade para conversar com o sexo oposto, são viris e brutos, quando casam são companheiros e não gostam de separar.

O elegun de Oxossi e galante, vaidoso e como se diz estão sempre caçando, rsrsrs...; quando casados são individualistas e gostam de ter seu canto do sossego.

O elegun de Ossain e ambíguo, sempre disposto a um bom sexo, não importando se com homem ou mulher, tem dificuldade em se apaixonar, mas quando acontece é muito intenso.

O elegun de Obaluayé e muito tímido e introspectivo, tem dificuldade em se relacionar e não e viril, muito companheiro e honesto nos seu sentimentos se torna um ótimo companheiro(a).

O elegun de Oxumare e extremamente vaidoso, sedutor, gosta de variar no sexo e atrair  todos a sua volta, individualista e egoísta gosta mais de conquistar do que propriamente ter um relacionamento.

O elegun de Nanã e introspectiva e de poucos amigos, sexo definitivamente não é uma prioridade em sua vida, podendo ser até esquecido com a idade.

O Elegun de Yewa e uma encantadora de homens, muito vaidosa e atraente, deixa suas impressões por onde passa sexualmente ativas, tem o  "sex appeal" a flor da pele, são extremamente companheiras e fieis quando apaixonadas.

O elegun de Oxum e vaidosa, sedutora, gosta muito de ser cortejada e presenteada tendo o sexo em segundo plano, como esposa dá muito mais valor aos bens materiais que o marido possa lhe proporcionar do que a sua fidelidade.

O elegun der Logunedé, são altivos, galantes e gostam muito de sexo, se apaixonam muito fácil, mas esquecem dessa paixão com a mesma facilidade.

O elegun de Obá e tímida, alegre, depressiva, infeliz sexualmente e sentimentalmente.

Elegun de Yemonja e a simpatia em pessoa, são alegres e cativantes, se apaixonam fácil e o sexo e uma prioridade enquanto não tem um numero grande de filhos, depois tornasse dispensável.

Elegun de Oya é a brisa quando conhece um pretendente e um furacão quando não quer mais a pessoa; muito ativas e fogosas, são como a tempestade “incontrolável”, certamente foi uma filha de Oya que criou a expressão “vou ficando com os errados até achar o certo”; Quando se apaixonam e casam são as mais fieis das esposas, matam ou morrem pelo marido!

Elegun de Xangô e um conquistador nato, extremamente sexual, dão muita importância para “um bom sexo”, são polígamos por natureza é quem acha que conseguira mudar isso quebra a cara, gostam do bom é do melhor em muita quantidade, inclusive o sexo.

Os eleguns de Oxala/ Oxaguian, são tranquilos sexualmente, gostam de sexo, mas de preferências com amor envolvido, uma boa e confiável companheiro (a) e mais importante que um bom sexo.

Sexo é vida, mas faça com muita responsabilidade e respeito ao companheiro (a)!

Os nove filhos de Oyá


Para se cultuar Oyá é imprescindível saber que, por se tratar de um orixá complexa, esta divindade possui nove filhos segundo a mitologia Yoruba. Sendo assim, esses filhos representam, dentro do culto à Oyá, forças ocultas dessa guerreira, eles são os guardiões do seu axé, e cada um deles possui uma função diferenciada em relação à sua mãe.

De acordo com diversas mitologias de origem yorubana, Oyá teve nove filhos com Ogum, segundo alguns historiadores esses filhos seriam de Xangô. Portanto, o importante é saber a existência desses filhos e que eles representam forças complementares no culto à Oyá.

Desses nove filhos de Oyá, oito nasceram mudos e o último nasceu um Egum e graças aos sacrifícios recomendados por Ifá, nasceu com o poder de falar, porém sua voz é estranha e “sobrenatural”, chamada Segí.

Os nove filhos de Iansã são:

1° Imalegã – Nasceu no primeiro dia da tempestade, Eboykó, arrancado do ventre de Oyá pelas YàMí (deusas da fertilidade), e foi envolvido por abanos. Este filho representa o Afèfé (vento).

 Iorugã – Foi envolvido com palha seca e alimenta-se com talos de bananeira. Este filho representa a vaidade de Oyá e é seu preferido.

3° Akugã  - Nasceu no terceiro dia da tempestade e foi criado nas touceiras do bambuzal. Representa a própria rebeldia de Oyá.

4° Urugã – Alimenta-se das folhas de bananeira, esconde-se na floresta. Representa a determinação e a capacidade de concentração de Oyá.

5° Omorugã – Alimenta-se do pó de bambu que está caído no chão. Vive no milharal. Representa a capacidade de observação e raciocínio de Oyá.

6° Demó – Oyá cobriu-o de lama para saber os segredos de seus inimigos. Representa  a agilidade de Oyá.

7° Reigá  - Acompanha os mortos e ronda os cemitérios. Vive escondido nas velhas árvores dos cemitérios e ronda as sepulturas. Representa o lado vingativo de Oyá.

8° Heigá  - É violento e vive perseguindo o ori do ser humano. Representa o lado devastador de Oyá.

 Egun Gun – Se apossa do ser humano, lhes propiciando desatinos e desgraças. Representa o lado guerreiro de Oyá, o combate contra os inimigos.  

sexta-feira, 15 de setembro de 2017

IYÁ MASÉMALÈ

A Grande Mãe do Rio Masé.
Trata-se da mãe mítica de Sàngó, a esposa de Oranyan ou Araniyan. Irmã de Iyá Asabó, a verdadeira matriarca da sagrada dinastia dos primeiros reis de Oyó.
Ya Massê era filha do Rei dos Nupes / Tapas e se casou com o filho de Oduduwa, Oranyan: o segundo Alafin de Oyó. Ela deu a luz ao terceiro Alafin: Obá Ajaká (Dadá) e ao quarto Alafin: Xangô.
Iyá Massê é confundida com Yemonja pelo fato de ela ser descendente dos Tapas, e este povo era adorador de Yemonjá.
Então não existe Yemonja Iyá Massê, e sim Yemanjá de Iyá Masé, pois esta seria a Yemonjá que a mãe que Xangô cultuava, e foi divinizada como ela.
É uma maneira africana de se cultuar um antepassado ligando-a à uma divindade, não se trata de uma qualidade ou caminho de Yemonjá, mas uma divindade à parte, que por sua similaridade ou mesmo carência de conhecimentos acerca deste, ou até mesmo por comodismo ou facilidade de ritos por conta dos zeladores, foi englobado ao culto desta Iyabá.
Polêmicas à parte, dizem ser a Yemonjá encarregada de apaziguar Sàngó e as pedras de raio que caem no mar.
Era ela que recebia Sàngó depois de muitas guerras, que lavava suas vestes, o alimentava.
Conta um itan que quando Òsùmàrè adoeceu, foi ela quem cuidou dele, até que ele se reestabelecesse.
Trata-se de uma variação mais “quente” de Iyemanjá. Séria, autoritária e fecunda, mas extremamente dócil com os filhos. Rege a educação e disciplina familiar para formar líderes. É uma companheira encantadora.
Rege as águas mornas, os vapores que saem do mar, a fertilidade feminina.
Tem ligações com Sàngó e com Òsàlà e estes são assentados e comem com ela invariavelmente.
Esta Yemonjá (...) é portadora de um grande mistério que está relacionado à sua ligação com a ancestralidade feminina Iyámi-Osorongá.
É muito festejada durante as festas consagradas à seu filho Sàngó. Durante a festa do Aziré, (Fogueira de Sàngó) ela deve ser agradada e comer juntamente com sua irmã, para que tudo transcorra bem.
As suas contas são branco leitosas, rajadas de vermelho e azul. Ela usa abebé, abedè, filá. Suas cores são o branco, o prata, o rosa bebê e o salmão.
Fala-se que seu culto ficou relegado ao candomblé de Salvador e seu culto é cada vez mais raro. E é muito difícil encontrar um adoxu de Iyá Massè.

ORIKI FUN IYÁ MASÉ
OBA IRÚ LOKÓ OBÁ IRÚ LOKÓ
YAMASSE KÓ WÁ IRÁ OJE
AGANJÚ KO MÃ NJE LEKAN
ARÁ LOKÓ LAAYÁ
TÓBI ORIXÁ OBA SÓ RUN
ARÁ OBA OJE O

(Rei lançou uma pedra
Yamasse cavou ao pé de uma
grande árvore e encontrou Aganjú.
vai brilhar então mais uma vez, trovão
Lançou uma pedra com força e coragem.
Grande orixá do orum , terra dos ancestrais
Vigia, o Rei dos trovões,
no pé de uma árvore pedra de raio).

Sabedoria Africana.

sábado, 9 de setembro de 2017

Nomes dos Toques dos Orixás na Nação Ketu:

#ADABI – Bater para nascer é seu significado. Ritmo sincopado dedicado a Exú.

#ADARRUM – Ritmo invocatório de todos os Orixás. Rápido, forte e contínuo marcado junto com o Agôgô. Pode ser acompanhado de canto especialmente para Ogum.

#AGUERE – Em Yorubá significa “lentidão”. Ritmo cadenciado para Oxóssi com andamento mais rápido para Iansã. Quando executado para Iansã é chamado de “quebra-pratos”.

#ALUJÁ – Significa orifício ou perfuração. Toque rápido com características guerreiras. É dedicado a Xangô.

#BRAVUM – Dedicado a Oxumaré .Ritmo marcado por golpes fortes do Run.

#HUNTÓ ou #RUNTÓ – Ritmo de origem Fon executado para Oxumaré. Pode ser executado com cânticos para Obaluaiê e Xangô.

#IGBIN – Significa Caracol. Execução lenta com batidas fortes. Descreve a viagem de um Ancião. É dedicada a Oxalufã.

#IJESA – Ritmo cadenciado tocado só com as mãos. É dedicado a Oxum quando sua execução é só instrumental.

#ILU – Termo da língua Yorubá que também significa atabaque ou tambor.

#BATA – Batá significa tambor para culto de Egun e Sangô . Ritmo cadenciado especialmente para Xangô. Pode ser tocado para outros Orixás. Tocado com as mãos.

#KORIN- EWE – Originário de Irawo, cidade onde é cultuado Ossain na Nigéria. O seu significado é “Canção das Folhas”.

#OGUELE – Ritmo atribuído a Obá. Executado com cânticos para Ewá.

#OPANIJE – Dedicado a Obaluaiê, Onile e Xapanã. Andamento lento marcado por batidas fortes do Run. Significa “o que mata e come”.

#SATÓ – A sua execução lembra o ritmo Bata com um andamento mais rápido e marcado pelas batidas do Run. Dedicado a Oxumaré ou Nanã. Significa a manifestação de algo sagrado.

#TONIBOBÉ – Pedir e adorar com justiça é o seu significado. Tocado para Xangô.

domingo, 3 de setembro de 2017

Um grande sacerdote!

Um grande sacerdote dos orixás pode ser lembrado por qualidades como o seu talento, o seu incansável trabalho duro, a sua bondade e a sua criatividade. Ver um sacerdote trabalhando incansavelmente dentro da casa dos orixás é um dos sinais mais importantes do seu bom caráter. Mãos ativas são mais importantes do que vaidades.

A importância do agradecimento.

O agradecimento é fundamental para a continuidade de nossas vidas, para a multiplicaçao da nossa fé. Ele demonstra a nossa gratidao e evidencia a nossa certeza de que nao estamos sos.

Agradeça sempre! Até mesmo por aqueles pedidos que nao foram realizados! O nome disso é "livramento"!

Asè!

Jogo de Búzios

A agenda de Junho está aberta ! 🔮 Agende seu horário pelo WhatsApp: (71) 99145-3636 📍 Atendimentos com respeito, seriedade ...